Um homem de naturalidade brasileira suspeito de um homicídio nos Países Baixos foi detido esta segunda-feira no aeroporto de Lisboa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) com uma mala que continha “uma embalagem de plástico contendo diversos pedaços de carne”, de acordo com aquela polícia.
O Expresso sabe que o homem referiu aos inspetores que o detiveram que tinha sido “vítima de um ritual de canibalismo”, o que causou estranheza sobretudo pelo facto de terem sido encontrados aqueles pedaços de carne juntamente com uma ligadura e roupa com vestígios de sangue. Esta carne vai ser agora analisada pelo laboratório da Polícia Científica da PJ. Mas fonte desta polícia diz ao Expresso que ainda falta autorização judicial para se avançar com a perícia.
A notícia tinha sido avançada na manhã desta terça-feira pela revista “Sábado”.
De acordo com o SEF, a detenção aconteceu no decurso do controlo de fronteira, quando o passageiro, que pretendia viajar com destino a Belo Horizonte, Brasil, apresentou um cartão de identidade italiano, que levantou suspeitas de fraude, assim como o facto de ter na sua posse outros documentos de identificação em nome de terceiros.
“Após uma análise pormenorizada efetuada ao documento italiano, por peritos documentais do SEF, concluiu-se que o mesmo era contrafeito. Face ao facto, foram encetadas diversas diligências investigatórias, tendo-se apurado a verdadeira identidade do indivíduo”, refere o SEF em comunicado.
Após o contacto com as autoridades dos Países Baixos, país onde residia, confirmou-se que era procurado por suspeitas da prática de um crime de homicídio ocorrido no dia 26 de fevereiro, em Amesterdão, o que levou as autoridades judiciais desse país a emitirem, já na tarde de segunda-feira, um Mandado de Detenção Europeu para que ele fosse extraditado.
Já esta madrugada, deu entrada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para ser avaliada uma lesão na mão direita. E nas próximas horas o homem será, agora, presente ao Tribunal da Relação de Lisboa para o primeiro interrogatório judicial e aplicação de uma medida de coação.