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“Temos existido cá dentro. Isto é só o começo, até à primavera”: estudantes vão desocupar o Camões, mas voltarão no “tempo de melhores ares”

Jovens do movimento “Fim ao Fóssil” vão protestar até à meia-noite desta segunda-feira após acordo com a direção da escola. A PSP não será chamada a intervir e os estudantes serão ouvidos no ministério da Economia amanhã à tarde

TIAGO MIRANDA

Inês Esteves sobe uma escada para entrar na escola. “A malta que está aqui sacrifica-se imenso”, diz a porta-voz do movimento “Fim ao Fóssil”, que às 8h00 desta segunda-feira voltou a fechar a cadeado o Liceu Luís de Camões, em Lisboa, em protesto contra a falta de ação política para combater as alterações climáticas.

“Devíamos ser mais, mas a malta não está toda mobilizada da mesma forma”, diz a jovem de 16 anos, que frequenta o 11.º ano no Liceu Camões. “Estamos em período de avaliação, há preparação para testes a decorrer... e há alunos que temem ser alvo de medidas disciplinares”, justifica Inês.

“Mas nós temos existido cá dentro, comido cá dentro, vamos ficar cá dentro”, acrescenta a jovem, garantindo que esta série de protestos está a ser preparada “há meses” com a ajuda e a "solidariedade" de várias pessoas e associações. “Este é um movimento antipartidário”, avisa, poucos minutos do grupo recolher para almoçar.