O maior incêndio registado este ano em Portugal continua a lavrar sem descanso na serra da Estrela, criando uma mancha negra naquela que era a grande mancha verde no centro do país. Em seis dias consumiu mais de 10 mil hectares (ha), o que equivale a cerca de 13% da área ardida este ano em espaços rurais. Desde o início do ano já arderam 74.304 hectares no território continental, segundo dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas — ICNF.
Na tarde desta quinta-feira, o fogo não parecia pronto a ceder. Às 14h18 de 11 de agosto, dados do satélite “Modis Aqua” da NASA analisados pelo investigador José Miguel Cardoso Pereira, do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia, davam conta de “uma área preocupante de chamas na cabeça do fogo”, a norte de Manteigas. Isto mesmo com os sapadores florestais e a força especial de bombeiros a tentar delimitar um perímetro de 25 quilómetros com retroescavadoras para travar o incêndio que se estendeu entre os concelhos da Covilhã, Manteigas, Gouveia e Guarda e chegou ao de Celorico da Beira no final da tarde. O fogo começou na madrugada de sábado no lugar de Garrocho, na Covilhã, e a Polícia Judiciária está a investigar indícios de fogo posto.