Os tempos mudam, e a apanha de sargaço também. “Nas décadas de 1960 e 1970 as pessoas tinham de tirar licença para ir ao sargaço nas praias. Havia mesmo competição entre quem apanhava mais, mas agora quase ninguém o quer”, descreve Juvenal Oliveira, presidente da Casa do Povo da Apúlia, que conta com um grupo folclórico de sargaceiros, que devem o nome à apanha de um conjunto de algas que dão à costa todos os anos, entre abril e outubro.
O dirigente da Casa do Povo minhota ainda se recorda de ir com os pais à praia apanhar, durantes os anos de 1980, o respetivo quinhão de sargaço para uso de fertilizante nas hortas. Fotos mais antigas confirmam que, durante grande parte do século 20, as praias de Caminha a Espinho enchiam-se de algas arrancadas pela força das marés e dos humanos que as recolhiam com instrumentos seculares como o galhapão e a graveta para as deixar a secar durante meia dúzia de dias, antes de serem reunidas em padelos (pequenos montes) e guardadas em cabanas até serem usadas à medida dos diferentes ciclos de cultura.