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Lisboa é uma das sete cidades europeias mais quentes na UE: no seu coração, tem uma ilha de calor “que agrava o problema”

É preciso redesenhar as cidades para enfrentar as ondas de calor que se vão tonar mais intensas e frequentes no futuro, em cenários de alterações climáticas, diz o investigador João Vasconcelos. OMS prevê que mortalidade precoce por calor possa chegar a 100 mil por ano na Europa, no final do século.

PATRICIA DE MELO MOREIRA

“As ondas de calor são um grande problema no sítio onde vivemos e são agravados pelas ilhas de calor nas cidades, sobretudo nos centros menos arborizados, com mais trânsito e menos ventilação, como a baixa de Lisboa”, frisa ao Expresso João Viljoen Vasconcelos. O investigador do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (CEG/IGOT) e docente do Politécnico de Leiria faz parte da equipa que estudou o clima no Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas e integra o projeto Ondas de calor em Lisboa.

O geógrafo lembra que “a forma como desenhamos as cidades é um problema e estamos lentamente a incluir o clima ao pensar as cidades e a adaptar-nos”.