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Anticiclone dos Açores está maior e mais intenso: clima mais seco é a consequência na Península Ibérica

Invernos com a expansão do tamanho e da intensidade do anticiclone dos Açores têm vindo a aumentar desde 1850, o que contribui para a diminuição da precipitação em regiões como a Península Ibérica. Investigação aponta que a causa está no crescimento da concentração de gases com efeito de estufa

NUNO VEIGA/LUSA

A preocupação com a gravidade da seca em Portugal não é nova. Um estudo publicado na segunda-feira na revista científica Nature Geoscience demonstra que a questão é bem antiga – concluiu-se que o anticiclone dos Açores está maior e mais intenso desde 1850, algo classificado como “sem precedentes” ao longo do último milénio e que resulta em “condições anómalas de seca no Mediterrâneo ocidental, incluindo a Península Ibérica”.

O anticiclone dos Açores é um “sistema de altas pressões” e é “semipermanente”, o que significa que, geralmente, “a sua posição média é na zona dos Açores, daí o seu nome”, começa por explicar ao Expresso o meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Pedro Sousa.