Metade dos médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia atualmente inscritos na Ordem dos Médicos (OM) em idade ativa trabalha fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), explica o presidente do colégio de ginecologia-obstetrícia da OM, João Bernardes, em declarações ao jornal “Público”. Para além disso, esta especialidade verifica “um desequilíbrio etário” e assimetrias regionais.
Nos próximos anos, entre 2023 e 2035, devem aposentar-se mais de 350 especialistas em ginecologia-obstetrícia. Contudo, o saldo de reformados com novos médicos deverá ser positivo: formar-se-ão 540 médicos nesta área. No entanto, é preciso assegurar que a maior parte destes novos especialistas fica no SNS e que os que já têm mais de 55 anos continuam a fazer urgências.
O presidente do colégio de ginecologia-obstetrícia da OM constata que a maior parte dos médicos com mais de 55 anos continua a fazer estes serviços. No entanto, João Bernardes sublinha que se de repente o deixassem de fazer, “só sete ou oito urgências teriam capacidade de resposta, mesmo com os tarefeiros [médicos contratados em prestação de serviços]”. Por ano formam-se 45 médicos nesta área: “precisávamos que pelo menos 30 a 35 ficassem no SNS”.