Os dois militares da GNR envolvidos nas agressões aos imigrantes em Odemira que ainda não tinham sido suspensos de funções foram agora afastados do serviço, apurou o Expresso junto de fonte oficial. Assim, todos os militares envolvidos no caso passam a estar penalizados pelas suas ações.
Estes dois homens, à semelhança do que já acontecia com os restantes cinco, estão temporariamente suspensos por 90 dias, uma consequência que pode ser renovada por mais 90.
Esta sexta-feira, a CNN Portugal deu conta de que a ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, suspendeu provisoriamente cinco dos sete elementos da GNR que agrediram imigrantes em Vila Nova de Milfontes, Odemira. A informação foi também confirmada ao Expresso por fonte oficial.
Esta suspensão provisória da ministra aos militares deu-se na véspera do Natal e foi avançada com base na proposta da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), que também inclui o desarmamento dos suspeitos.
Os outros dois militares que também se filmaram a agredir os imigrantes deverão ter a mesma medida cautelar, que é aplicável pelo menos por 90 dias. O Expresso sabe que ainda não tinham sido notificados, o que levou a IGAI a não os incluir neste castigo. Algo que deverá acontecer em breve, uma vez que o processo está a ser concluído.
Os sete militares da GNR em causa foram acusados em novembro de 2021 de 33 crimes de abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada.
O caso ganhou repercussão depois de a CNN Portugal ter revelado imagens dos telemóveis dos militares em que estes se filmaram a bater e a humilhar imigrantes oriundos da Ásia, que trabalham naquela região do Alentejo. São sete os vídeos que demonstram os atos de violência.
TEXTO: Hugo Franco e Marta Gonçalves