Sociedade

Covid-19. Metade dos universitários apresentaram sintomas de depressão durante a pandemia, aponta inquérito

Sinais de depressão foram revelados por mais de um quarto dos alunos. Estudantes das áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços foram mais afetados, o que pode estar relacionado com a gestão da pandemia de cada universidade, diz investigadora

MÁRIO CRUZ/LUSA

A pandemia afetou mais a saúde mental das mulheres, dos estudantes dos primeiros anos de faculdade e das áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços. As conclusões são do estudo "Reflexos da covid-19 na saúde mental de estudantes universitários". Segundo o “Diário de Notícias", a análise terá continuidade.

Metade dos alunos (50,6%) apresentavam sintomas de ansiedade moderados a severos e um quarto (25,9 %) tiveram sinais de depressão. “Ouvimos falar de medidas e apoios para os outros níveis de ensino, mas não para os estudantes universitários. Essas questões foram remetidas para a autonomia universitária, mas há alunos sem computador e acesso à internet no ensino superior", explica a coordenadora da investigação, Sónia Gonçalves.

Segundo a investigadora, o facto dos estudantes das áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços terem sido mais afetados, "poderá ter que ver com a forma como a universidade geriu a pandemia". Sónia Gonçalves diz que a investigação vai continuar e tem como um dos objetivos cruzar os resultados do questionário com as medidas criadas por cada instituição.

O estudo envolveu quatro investigadores (de universidades de Lisboa, Porto, Minho e Algarve) e tentou perceber os efeitos do confinamento nos alunos do ensino superior português. A equipa desenvolveu um inquérito online ao qual responderam 694 estudantes. A amostra é composta maioritariamente por mulheres, solteiros, e com uma média de 24 anos, dos primeiros anos de curso e do ensino público.