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Pediatras alertam: “Não é sério dizer que escolas funcionarão em pleno”

Jovens saudáveis entre 12-15 anos não serão vacinados. Colégio de Pediatria concorda, mas deixa um aviso

MÁRIO CRUZ/LUSA

Em Portugal continental, a vacinação universal contra a covid-19 continua a ser apenas recomendada a partir dos 16 anos, e é isso que resulta de uma semana de alguns equívocos comunicacionais, em que no ar pairou a dúvida sobre as cerca de 410 mil pessoas dos 12 aos 15 anos: primeiro, a Direção-Geral da Saúde garantiu ao Expresso, no domingo, que essas crianças poderiam ser vacinadas se os pais assim quisessem, com a devida prescrição de um médico; a seguir, na quarta-feira, a DGS veio esclarecer que, para já, estes adolescentes não vão ser vacinados, a menos que tenham uma das comorbidades listadas (ver caixa) — doenças que os tornem mais suscetíveis a desenvolver um quadro grave de covid-19 quando infetados pelo vírus SARS-CoV-2. Sendo certo que, nos adultos, a vacina diminui em muito o risco de desenvolver doença grave, o que há de diferente nas crianças e adolescentes? Há um sistema imunitário distinto, devido à idade. Acredita-se que há respostas diferentes ao vírus e à vacina. E há falta de robustez de dados que suportem a decisão de vacinar entre os 12 e os 15 anos. Mas esta escolha não é consensual entre a comunidade médica.