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Reunião no Infarmed. Agosto já permite aligeirar restrições, dizem os peritos

Ainda não é altura para deixar de usar máscara em interiores e levantar todas as medidas, como fez o Reino Unido, mas há espaço para rever limitações e dar sinais positivos à população. Peritos discutem atualização da matriz de risco esta terça-feira com o Governo, partido e Presidente

Agora que quase metade da população tem a vacinação completa e que um mesmo número de infeções gera menos internamentos e óbitos, os peritos estão a discutir a possibilidade de reverem a matriz de risco, em particular a linha vermelha da incidência. Segundo alguns dos especialistas ouvidos no Infarmed, também há espaço para que já em agosto possam ser ajustadas certas medidas, como a limitação de horários no comércio e restauração, ou até, eventualmente, focar mais a atenção da população no uso de máscara em espaços fechados, e não tanto ao ar livre. Ainda é cedo, porém, para abrir discotecas e acabar com as regras de proteção individual, como fez o Reino Unido. A mensagem a passar agora à população deve ir no sentido de que a pandemia não chegou ao fim, mas que é possível, passo a passo, começar a preparar terreno para uma fase de maior libertação, mesmo que só chegue depois do verão.

“Parece-me que faz todo o sentido que sejam revistas as medidas em agosto, porque estamos num contexto diferente dos anteriores. Mas ainda estamos numa altura de estratégias combinadas, em que é preciso que a vacinação continue associada a medidas comportamentais que previnam a transmissão, como o uso de máscara e o distanciamento social, evitando situações de aglomeração de pessoas”, resume Raquel Duarte, pneumologista e responsável pelos planos de desconfinamento propostos ao Governo. “Com base no que vemos acontecer noutros países, à medida que vamos tendo mais população vacinada podemos ir abrindo os sectores económico, cultural e de lazer, mas mantendo medidas de proteção individual particularmente em espaços fechados.”