Exclusivo

Sociedade

Conheça o Ranger, o robô que uma equipa de portugueses quer pôr a limpar matas sem intervenção humana

Um grupo de investigadores liderado por uma empresa portuguesa pretende criar equipas compostas por carregadeiras e drones para fazer o reconhecimento e limpeza de terrenos - tudo sem intervenção humana, para colmatar a evidente falta de mão de obra para limpar todos os terrenos do país e do mundo. Para já há um protótipo chamado Ranger, que deve ser aprimorado nos próximos dois anos e meio

Pode uma carregadeira deixar um homem orgulhoso? Nas oficinas que a empresa Ingenarius ocupa em Alfena, concelho de Valongo, é possível confirmar essa possibilidade na pessoa de Micael Couceiro e do primeiro protótipo de um veículo robotizado que tem por base uma escavadora e que tem vindo a ser adaptado para o projeto SafeForest. O objetivo é criar uma equipa de robôs que trabalhem de forma concertada na desmatação de florestas para evitar incêndios, sem humanos envolvidos. “No final de 2021, devemos ter o primeiro protótipo de carregadeira pronto. E no final de 2023 deveremos ter os primeiros protótipos de drones concluídos”, prevê Micael Couceiro.

O projeto SafeForest começou a ganhar forma em 2017, o ano dos fatídicos incêndios de junho, em Pédrogão, e de outubro que mataram 109 pessoas. Desde essa data, o panorama tecnológico não registou grandes alterações: “Há muitos projetos de desenvolvimento de robôs para apagar fogos, mas há muito poucos com o objetivo de desenvolver robôs na prevenção desses fogos”, refere Micael Couceiro.

Além da concorrência entre diferentes projetos, os robôs que apagam fogos têm uma complexidade acrescida: exigem o transporte de água ou materiais que apagam as chamas para locais de acesso nem sempre facilitado e necessitam de componentes que estejam habilitados a suportar altas temperaturas.