O sorteio do colectivo que vai ficar com o julgamento do ex-primeiro-ministro e do empresário Carlos Santos Silva, no âmbito da Operação Marquês, aconteceu esta sexta-feira feira. A escolha recaiu sobre a juíza Margarida Alves, que tem estado a julgar Rui Pinto.
A distribuição da parte que ainda restava da Operação Marquês foi feita depois de, na sexta-feira passada, o juiz Ivo Rosa ter assinado um despacho em que deu por encerrada a instrução do processo e ordenou o envio de todos os autos para o Juízo Central Criminal de Lisboa, para dar seguimento ao julgamento de Sócrates e de Santos Silva por seis crimes, em coautoria, de branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Além de Margarida Alves, o colectivo que ficará com o julgamento do ex-primeiro-ministro inclui Bárbara André, faltando ainda determinar quem será o terceiro juiz, pelo facto de haver um magistrado que transitou para o Tribunal da Relação.
Em maio de 2020, Margarida Alves foi escolhida para presidir ao julgamento de Rui Pinto, o denunciante dos Football Leaks e do Luanda Leaks, substituindo nesse lugar um outro magistrado, Paulo Registo, que pedira escusa, por poderem ser levantadas suspeitas sobre a sua imparcialidade.
Rui Pinto começou a ser julgado alguns meses depois, em setembro, sendo que o julgamento ainda está a decorrer. Embora esteja numa fase avançada, de acordo com a revista Sábado é possível que só termine em 2022, devido a um requerimento avançado pela defesa, que pediu acesso a um apenso com emails que fazem parte dos discos externos apreendidos ao arguido pela Polícia Judiciária. O colectivo de juízes aprovou esse pedido, mas o Ministério Público recorreu para a Relação e isso pode demorar.