Sociedade

Covid-19. Saiba o que deve fazer com os testes rápidos depois de utilizados

A proliferação de autotestes à Covid-19 levou as autoridades do Ambiente e da Saúde a elaborar recomendações sobre a forma correta de colocar os "kits" no lixo depois de serem usados

MANUEL DE ALMEIDA

Com milhares de “testes rápidos” a serem vendidos em farmácias e parafarmácias por todo o país, surgiu um novo tipo de preocupação ambiental e de risco para a saúde pública. Estes autotestes, que podem ser usados por qualquer pessoa em casa para verificar se tem ou não covid-19, transformam-se em resíduos cujo descarte para o lixo deve seguir algumas regras, dado o potencial material infeccioso que podem transportar quando deitados fora.

Para “proteção da saúde pública e dos trabalhadores afetos à recolha e tratamento de resíduos e à prevenção da disseminação da doença, compatibilizando-a com a necessidade de uma gestão eficaz e eficiente dos resíduos”, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu um conjunto de orientações para os consumidores e para os profissionais de saúde.

O que fazer em casa?

Quando se usam os autotestes em casa e o resultado dá negativo, todos os componentes do "kit" devem ser colocados num saco de plástico e depositados no contentor dos resíduos indiferenciados. Já quando o resultado dá positivo é necessário colocá-los num duplo saco antes de metidos no lixo comum, juntamente com os restantes resíduos domésticos que não são separados para reciclagem. “Em nenhuma das situações, os resíduos em causa devem ser depositados no ecoponto ou contentor de recolha seletiva”, sublinha a APA.

Quais as regras para as farmácias?

No caso da aplicação do teste rápido no local de venda por um profissional de saúde, os resíduos do material utilizado devem ser igualmente colocados num saco de plástico (pode ser o do kit), mas desta vez devem ser “depositados em contentor específico para resíduos de risco biológico” e classificados com um código específico (LER 18 01 03 - que se destina a recolha e eliminação sujeitas a requisitos específicos com vista à prevenção de infeções), se o resultado for positivo. No caso de ser negativo, o procedimento é idêntico mas o código de encaminhamento é diferente (LER 18 01 04) .

O que fazer em escolas, lares ou empresas?

Nestes casos aplicam-se as mesmas regras das farmácias, ou seja, a colocação em saco simples ou duplo e encaminhamento para o contentor específico com diferenciação do código (como nas farmácias) consoante o resultado, e encaminhados como resíduos de prestação de cuidados de saúde, “cujas recolha e eliminação estão sujeitas a requisitos específicos tendo em vista a prevenção de infeções”.

Todas estas orientações contam com os contributos da Direção Geral de Saúde (DGS) e do INFARMED, e seguem as recomendações já aplicadas noutros países, de modo a evitar a paragem de instalações de tratamento de resíduos e alertar os cidadãos em geral para melhores práticas na gestão do lixo produzido.