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“Isto é só a maluquice do primeiro dia para cortar o cabelo. E depois?”

No primeiro dia da reabertura dos barbeiros e salões de cabeleireiro fomos perceber como se aguenta um sector que ficou parado quatro meses no último ano. E falámos com os primeiros clientes que marcaram corte e coloração. Porque o espelho não aguentava mais 'o cabelo do confinamento' e há que cortar o mal pela raiz

Jose Fernandes

Passa pouco das 10 horas. João Santos foi um dos primeiros clientes desta manhã na Barbearia Campos, a mais antiga barbearia de portas abertas em Lisboa, fundada em 1886, no Largo do Chiado, que já teve como clientes figuras ilustres como Almada Negreiros ou Fernando Pessoa.

desalinho do cabelo deste hoteleiro, de 64 anos, já não acertava com o espelho e com a imagem bem aprumada que faz gosto em apresentar. E logo a primeira coisa que fez mal acordou foi ligar a marcar um corte urgente. “Isto foi péssimo. Tentei dar-lhe uns cortes, mas não tem nada a ver. Estou habituado a vir aqui todos os meses.“ No seu rosto salta à vista um farto bigode revirado. De assinatura singular. Mas no dito nenhum barbeiro toca. “O bigode faço-o eu, todos os dias aparo-o, aqui e ali.”