Sócrates pergunta: “Porque é que não querem que me constitua como assistente?” A questão é dirigida aos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto, os titulares do processo EDP que se opuseram ao pedido do ex-primeiro-ministro para ser assistente no caso que já está a ser investigado há nove anos e tem como principal arguido Manuel Pinho, ex-ministro da Economia de um dos Governos de Sócrates, e ainda António Mexia e Manso Neto, que lideravam a EDP. “O que leva os procuradores a usar argumentos tão estapafúrdios na oposição ao exercício de um simples direito?”, continua José Sócrates em declarações ao Expresso.
E que argumentos “estapafúrdios” são esses? Na resposta ao pedido de José Sócrates para ser assistente no processo, o Ministério Público alegou que Sócrates estava a “instrumentalizar” essa função, prevista na lei para auxiliar a investigação, apenas para ter acesso “antes de ser chamado” a um processo em que “como bem sabe” é “interveniente” em “parte dos factos que estão a ser investigados”. Está, por isso, a cometer um “abuso de direito”.