As imagens da câmara de vigilância instalada no corredor de acesso à sala onde Ihor Homeniuk estava amarrado de pés e mãos com fita adesiva intrigaram Carla Paes, a inspetora da PJ que fez o relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre o crime no aeroporto. Porque é que o inspetor do SEF Luís Silva estava armado com um bastão extensível que não faz parte do equipamento oficial se o alegado causador de distúrbios estava manietado e não representava perigo para si ou para terceiros? E porque é que um dos inspetores levava umas algemas metálicas se o homem já estava preso? A resposta é uma mentira.
Naquela madrugada de 12 de março, o cidadão ucraniano tinha sido fechado na sala Médicos do Mundo por dois seguranças privados, que o prenderam com fita adesiva. Tinha-se recusado a embarcar de volta para Istambul e tentara sair da sala onde o isolaram porque “não estava no seu juízo”. Foi imobilizado “para se acalmar”.