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Os brunchs na rádio táxi. A bordo da viatura 5, no serviço de ‘take away’ de Matosinhos

Ainda a hora de almoço estava longe de chegar e os pedidos já se acumulavam na central de táxis de Matosinhos. A adesão à medida da autarquia para apoiar a restauração local foi visível. Ao volante do táxi 5, Adão passou de transportar pessoas para, excecionalmente, transportar comida. O tempo no cubículo do táxi deu-lhe para reflexões, no passar da hora do recolhimento obrigatória. Afinal, neste confinamento em que é pedido às pessoas para ficarem em casa, Adão é a exceção

Rui Duarte Silva

“Está no [táxi] 21? Ok, a entrega do cliente é na Rua da Alegria, 129, apartamento K”, ouve-se a dizer para o microfone do rádio táxi. Naquela sala pequena, a central de táxis, com três pessoas concentradas em botões e mapas, encontramos o cérebro do sucesso do serviço de ‘take away’ criado pela Câmara de Matosinhos para apoiar a restauração da cidade nos fins de semana de confinamento decretados pelo governo, a Matosinhos.come.

Na primeira manhã, um sucesso. Há um formulário preenchido pelos cerca de 200 restaurantes que aderiram à iniciativa. Lá já vem referida a morada e o contacto do cliente. Da central, é preciso distribuir os serviços pelos táxis disponíveis, que num ecrã grande aparecem a verde e a azul. Às 12h, a empresa de táxis de Matosinhos, com cerca de 75 viaturas a trabalhar, já tinha acumulados cerca de 56 pedidos, com hora e morada marcadas. É preciso começar a dar vazão.