É um dos espaços emblemáticos da linha de Cascais mas na tarde deste sábado estava irreconhecível: o passeio marítimo que liga a vila a São João do Estoril (conhecido como 'paredão') estava praticamente vazio entre as 15h30 e as 17h30, hora a que o Expresso o visitou.
Os utilizadores esporádicos incluíam pessoas a passear cães, pessoas a correr e casais, com e sem filhos. Mas houve também quem se aventurasse a atravessar o Passeio Marítimo de bicicleta - no espaço de duas horas circularam à volta de 10 sendo que estes veículos foram interditados há alguns meses pela câmara de Cascais como uma das medidas de combate à pandemia de covid-19.
Nada que levasse no entanto a que o balanço não fosse considerado positivo. Uma das poucas pessoas que estava a passar pelo Paredão, com um cão pela trela - e que acedeu falar ao Expresso - disse considerar que pelo menos neste espaço estavam a ser cumpridas as regras do recolher obrigatório decretado pelo governo este fim de semana (confinamento a partir das 13h). "Estão a respeitar, quase não se vê ninguém", afirmou, justificando a sua presença ali com o facto de morar perto - uma das exceções consagradas ao recolher obrigatório é, além de pequenos passeios 'higiénicos', também os passeios com animais de companhia.
Na praia do Tamariz, no Estoril, uma família com dois bebés brincava na areia, um pouco mais à frente um pequeno grupo familiar observava um homem a fazer construções na areia - um 'ajuntamento' de casas, mais precisamente. E mais a seguir encontrava-se também um pequeno grupo de surfistas - não mais de seis - na Praia da Poça.
Tudo tranquilo, conforme confirmou o Expresso junto de elementos das forças de segurança que circulavam a pé naquele espaço.
Além da obrigatoriedade de ficar em casa, o tempo cinzento e o mar agitado também não convidavam a frequentar este espaço que é bastante utilizado aos fins de semana. Até porque, além de os estabelecimentos de restauração estarem encerrados, pelas 17h começou a chover ligeiramente e meia hora depois já estava escuro.
Mais à frente, na Parede, o Expresso testemunhou que as forças de segurança foram verificar se um estabelecimento comercial se encontrava aberto tendo sido abordadas duas pessoas que se encontravam nas imediações a quem foi pedido que fossem para casa.