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A pandemia travou a festa do V Centenário da viagem de Magalhães. Mas o navio Elcano já está no estreito com o nome do navegador português

Se não houvesse pandemia Marcelo Rebelo de Sousa e Felipe VI poderiam estar em Punta Arenas a celebrar os 500 anos do achamento e travessia do estreito que liga o oceano Atlântico ao Pacífico. O Navio Escola Sagres estaria de certeza presente nesta homenagem à grande epopeia do navegador português Fernão de Magalhães, cumprindo assim uma das etapas mais importantes da volta ao mundo que festejava a aventura começada por Magalhães, e terminada por Juan Elcano, que transformou o mundo num lugar mais global. Da mesma forma imprevista que Fernão de Magalhães foi morto a meio da grande viagem, o coronavírus mudou as nossas vidas e as celebração desta epopeia. A Marinha espanhola não quis faltar à festa, e Magalhães será mais uma vez recordado como Magallanes. Apesar de tudo há um português a bordo do navio Elcano. Chama-se Diogo Morgado e é primeiro-tenente da Marinha portuguesa

O navio Juan Sebastian de Elcano, na baía da cidade de Punta Arenas, no estreito de Magalhães, no Chile, este domingo
Jose Miguel Cardenas Cerda

No tempo em que todos acreditávamos que os Jogos Olímpicos de Tóquio se realizariam no verão de 2020, e que o navio escola Sagres estaria em Tóquio para entregar a bandeira nacional à delegação portuguesa, fonte da Presidência da República disse ao Expresso que o Presidente Marcelo tinha sido convidado pelo Governo chileno para estar presente em Punta Arenas no dia de 21 de outubro, para participar nas celebrações dos 500 anos da viagem que Fernão Magalhães planeou e começou, e o basco Juan Elcano terminou.

Se essa viagem - por muitos considerada como a primeira aventura da globalização - foi dura e recheada de imprevistos, as celebrações do seu V Centenário não ficam atrás, tendo sido bruscamente interrompidas, alteradas e quase que suspensas pela pandemia da covid-19.

A Sagres interrompeu a sua Volta ao Mundo que deveria terminar em janeiro do próximo ano, e as condições epidémicas impedem a deslocação dos chefes de Estado de Portugal e Espanha a Punta Arenas na Patagónia chilena.