Cerca de 73 mil pessoas vieram viver para Portugal no ano passado, entre as quais 16.506 portugueses que regressaram ao país, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Os regressos representam 23% das entradas em Portugal no ano passado.
O número de retornos em 2019 é o mais alto pelo menos da última década, com quase dois mil regressos a mais do que os registados no ano anterior. Os cerca de 17 mil regressos são de pessoas com naturalidade portuguesa, ou seja, que nasceram em Portugal. Se alargarmos às pessoas com nacionalidade portuguesa, que incluem luso-descendentes, então o número de entradas no ano passado sobe para 26.379.
Já no que diz respeito às saídas, no ano passado houve 28 mil portugueses a deixar o país com intenção de ficar fora por mais de um ano. Quase três em cada quatro (72%) optaram por um país da União Europeia como destino.
A emigração voltou a ser mais baixa do que no ano anterior: em 2018, tinham emigrado 31.600 portugueses. É de sublinhar que a forma como o INE estima as saídas de portugueses do país difere da metodologia usada pelo Observatório da Emigração que vai recolher dados de entrada de portugueses nos países de destino.
Entrada de estrangeiros duplicou
Desde 2017 que o saldo migratório em Portugal, ou seja, a diferença entre o número de pessoas que saem e que entram (independentemente da nacionalidade), é positivo. Em 2019, houve mais 44.506 entradas do que saídas. E esse número traduz um salto significativo em relação ao saldo migratório de 11.570 registado em 2018.
O número de pessoas com naturalidade estrangeira a entrar em Portugal praticamente duplicou em 2019 e também é o mais alto, pelo menos, desde 2008.
Contam-se 56.219 entradas de estrangeiros, mais 68% do que no ano anterior, quando se registaram 28.600. Na sua grande maioria (72%), são oriundos de países de fora da União Europeia.