Historicamente, o inverno acarreta doenças respiratórias. A juntar-se às habituais, a pneumonia provocada pelo SARS-Cov-2 faz baralhar as contas das urgências dos hospitais. Nem o susto do pico da pandemia, que afastou as pessoas em abril e maio, é visto agora como remédio. “Pelo contrário”, afiança Nelson Pereira, coordenador da equipa de urgência covid-19 do Hospital de São João, no Porto, o principal de referência para a doença no norte do país.
Os doentes com sintomas respiratórios “vão ter muita vontade de ter a certeza de que não estão infetados, assoberbando os serviços de urgência já de si sobrelotados”. Ter sintomas e tentar aceder ao sistema de saúde não está errado, na ótica do médico. “O que está errado é que se entre pela porta errada”, onde quaisquer 10% ou 15% de incremento nas admissões “já vai ser uma desgraça”.