Apesar dos avanços conquistados ao longo dos últimos 30 anos na prevenção do tabagismo, existe ainda um longo caminho a percorrer para a redução do consumo de tabaco nas camadas mais jovens da população. Aposta na prevenção, através de campanhas de sensibilização criativas e apoiadas nos meios de comunicação digitais, é essencial para reduzir o número de fumadores e a incidência do cancro do pulmão.
A comparação entre os malefícios do álcool e do tabaco, mas também a diminuição da exposição a fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de doenças oncológicas enriqueceram o primeiro debate do ciclo “Imunes”. À conversa, moderada pelo jornalista da SIC Rodrigo Pratas, juntaram-se Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública; Paulo Cortes, coordenador da Unidade de Oncologia do Hospital Lusíadas Lisboa; José Precioso, docente e investigador da Universidade do Minho; Ana Figueiredo, pneumologista e assistente hospitalar graduada de Pneumologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Paula Martins de Jesus, diretora médica da MSD.
Conheça as principais conclusões do debate:
Combater os fatores de risco
- Hábitos culturais e comportamentos de risco como a má alimentação, exposição excessiva ao sol, consumo de tabaco e álcool estão entre as principais causas de cancro
- É essencial contrariar questões culturais como consumo excessivo de sal ou carnes vermelhas, caso contrário “vamos continuar a ter um aumento de 3% de incidência de cancro ao ano”
- “É preciso abolir a publicidade ao álcool” que é um elemento cancerígeno, ainda que o seu consumo seja normalizado
Prevenir para não remediar
- “Temos de puxar os influencers para o lado da saúde” para prevenir comportamentos de risco nos jovens, defende Ricardo Mexia;
- Rastreios promovidos pelo sistema de saúde são fundamentais para o diagnóstico precoce das doenças oncológicas;
- “As pessoas não nascem fumadoras, aprendem”, alerta José Precioso, que não tem dúvidas sobre a importância do exemplo que é dado às crianças pelos pais e educadores
Futuro mais animador
- Apesar do aumento da incidência de doenças oncológicas, “o cancro do colo do útero tem sido uma caminhada de sucesso”, assinala Paulo Cortes
- Ana Figueiredo acredita que as biópsias líquidas poderão vir a ter um papel fundamental nos rastreios ao cancro do pulmão
- Progressiva segmentação e personalização dos cuidados de saúde permitirá beneficiar a deteção precoce, melhorando as perspetivas de tratamento