Sociedade

Caso Maddie. Dona de casa onde Christian Brückner morou disponibiliza terreno para buscas

Alemão, apontado como o principal suspeito do rapto de Maddie, foi viver para a casa no lugar de Foral, a 60 quilómetros da Praia da Luz, após o desaparecimento da criança. Moradores recordam que andava sempre com uma arma e que se tratava de uma figura intimidante

A polícia alemã diz que o suspeito também conduzia esta autocaravana Volkswagen
Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha

A dona da casa para onde Christian Brückner foi viver após o desaparecimento de Madeleine McCann está disponível para receber buscas das autoridades no terreno. Isto, numa altura em que o procurador alemão responsável pelo caso, Hans Christian Wolters, afirmou à Sky News que “todas as indicações apontam” para que a menina “esteja morta”. Na entrevista, Wolters afirmou ainda que as autoridades estão a tentar obter mais informações sobre os locais onde Brückner viveu, para “proceder a buscas”.

Depois do desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007, na Praia da Luz, Christian Brückner – agora apontado como principal suspeito no caso – deixou de ser visto na localidade do concelho de Lagos, mas não foi imediatamente para a Alemanha. Durante alguns meses instalou-se em Foral, um lugar isolado, no concelho de Silves, a cerca de 60 quilómetros da Praia da Luz.

Brückner foi viver para uma casa onde moravam Nicole e Roman, um casal também alemão que recebia adolescentes problemáticos – ao abrigo de um programa do estado germânico, que colocava esses jovens com famílias de outros países. Para ganhar dinheiro, Christian começou a trabalhar como empregado de mesa no único restaurante do local, que na altura também era explorado por um alemão.

Em Foral, Brückner é recordado como uma figura que provocava receio e intimidava quem olhava para ele. Inclusivamente, andava sempre com uma pistola à cintura, revelou, à imprensa britânica, a proprietária da casa. A mulher disse ainda estar disponível para que sejam feitas buscas no terreno, para tentar perceber se Maddie está aí enterrada.

Desse período em que Brücner viveu no local, os moradores de Foral lembram-se em particular de um episódio: uma das jovens que estava colocada na casa do casal de alemães fugiu e terá sido Christian quem a encontrou, em Algoz, a poucos quilómetros de distância. A rapariga, que tinha 15 anos, estava a viver com um grupo de imigrantes do leste europeu e estava grávida.

Pouco depois disso acontecer, Brückner regressou à Alemanha. Mas, pelo menos até 2015, voltou com regularidade ao Algarve. É precisamente em 2015 que vende a autocaravana Volkswagen Westfalia, onde chegou a dormir, a uma sucata ilegal, gerida por uma família também alemã, em Barranco – igualmente próximo de Foral.

Em junho de 2017 foi extraditado de Portugal para a Alemanha para cumprir pena por um crime de abuso sexual de menor.

Em 2019, depois de detido em Itália e extraditado para a Alemanha, Brückner foi acusado e condenado a sete anos de prisão, pela violação de uma norte-americana, de 72 anos, na Praia da Luz, em 2005. Está preso devido a esta pena e a uma condenação por tráfico de droga, mas apresentou recurso, pois foi extraditado no âmbito da acusação por tráfico e alega que não poderia ter sido julgado por outros crimes.