Sociedade

Covid-19. “O número e proximidade de casos em Itália implica reavaliar o risco e definir planos”

Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, lembra que o primeiro contacto de quem vem de Itália e tenha dúvidas sobre o seu estado deve ser feito para a linha Saúde 24 e não a deslocação a centros de saúde

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A avaliação do risco e das medidas que venham a ser tomadas na sequência do aumento de casos de pessoas infetadas com o vírus Covid-19 em Itália – que já supera as duas centenas, com seis vítimas mortais confirmadas e relatadas pela imprensa local – tem de ser feita a nível europeu. Por cá, é importante haver mais informação e que estejam bem definidos – e conhecidos dos vários agentes de saúde - planos de contingência para diferentes cenários de transmissão do coronavírus, alerta o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia.

“Até agora, temos tido orientações técnicas da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a atuação perante um caso suspeito. A proximidade com estes novos casos obriga a que se vá mais longe e que se pense em diferentes planos de contingência para outros cenários. É necessário que todos saibam o que é suposto fazer em diferentes situações e com que recursos. Por exemplo, no caso de passarmos a ter casos importados e transmissão mantida”, defende o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.

Ricardo Mexia lembra a importância de todas estas ações serem concertadas a nível europeu, devendo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças emitir diretrizes comuns. “Com a circulação de pessoas que existe, não é algo que Portugal possa fazer isoladamente.”

O responsável tem sabido ainda de pessoas que têm chegado de Itália e que, preocupadas com uma possível infeção, se têm dirigido a unidades de saúde. Mas este é um passo a evitar: “Vir de Itália não quer dizer de todo que se tenha contraído o vírus. Mas havendo alguma preocupação, o primeiro passo é sempre ligar para a linha Saúde 24 e cumprir o conselho dos técnicos”.