O diretor de Medicina de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong disse esta terça-feira ao “The Guardian” que mais de metade da população mundial poderia estar em xeque caso o coronavírus não seja contido. A diretora-geral de Saúde de Portugal sugere prudência.
“Não basta fazer uma previsão do número de pessoas que poderá ser atingido”, disse esta manhã à Rádio Observador Graça Freitas. “Têm de perceber esse número e em quanto tempo. Que taxa de reprodução da doença, com que taxa de transmissão, com que taxa de letalidade? Tudo isto são variáveis que têm de ser estudadas e analisadas. Nós fazemos o que podemos com a informação que temos.”
A diretora-geral de Saúde comentou ainda os dois casos suspeitos que deram negativo na segunda-feira, nos hospitais Curry Cabral e São João, em Lisboa e Porto. “Essas pessoas estão a ser acompanhadas para a patologia que as levou aos cuidados de saúde. Vão ser acompanhadas e a equipa médica decidirá se continuam em internamento ou se têm alta. Sabemos que estão estáveis e que não têm uma infeção com o novo coronavírus. As medidas de isolamento, que foram impostas e tomadas ontem [segunda-feira], não são necessárias”.
O coronavírus, que teve origem em Wuhan, na província de Hubei, China, já matou mais de 1000 pessoas e infectou, pelo menos, outras 43 mil. Em Portugal foram registados seis casos suspeitos (todos negativos) e continuam em quarentena 20 pacientes (18 portugueses e dois cidadãos brasileiros).