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Sociedade

Cartas de guerra. Relatos de angústia travados na guerra colonial

Mães aflitas pedem que os filhos regressem salvos da guerra, namoradas e noivas que desfiam esperanças, soldados que prometem gestos de gratidão para voltarem a casa. O “Correio de Nossa Senhora”, em Fátima, recolhe testemunhos da angústia que atravessou o país no tempo da guerra colonial

Será, talvez, uma das primeiras cartas com notícias da guerra colonial, vista do lado de cá: “Minha Mãe, sabeis que ando aflita, tenho medo do que se passa à minha volta. A guerra está em Portugal. O mundo está perdido. (...) ajudai os soldados de Angola. Dá-lhe coragem em vós.”

A mulher que escreve para a Senhora de Fátima, na primeira metade de 1961, não assina nem diz de onde escreve, mas refere-se ao conflito que estalara em Angola: a 4 de fevereiro — faz agora 59 anos – cerca de duas centenas de pessoas atacaram a Cadeia de São Paulo e a Casa de Reclusão, em Luanda, dando início ao combate armado contra a presença portuguesa na então colónia de Angola. Mês e meio depois, a 15 de março, centenas de colonos brancos e vários negros foram massacrados no norte do território e o horror tomou conta do país e dos colonos.

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