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CTT: A volta do correio que tarda e falha

Atrasos de meses na entrega de cartas, moradas trocadas e encomendas perdidas fizeram dos CTT a marca com mais reclamações em 2019. Falta de funcionários obriga a deixar para trás o correio normal, como as contas da luz ou água, para distribuir o que é mais urgente. Mas nem esse chega sempre a tempo. Empresa admite falhas e dificuldade em contratar carteiros

No centro de tratamento e distribuição de correio em Cabo Ruivo, Lisboa, as encomendas estão por todo o lado. Depois de um processo automático de separação e colocação em caixas, por código postal, são organizadas e empilhadas consoante o destino. Dali saem para todo o país

Uma carta enviada por correio azul em Alenquer demorou cinco meses a chegar a Ourique, outra levou um mês de Sintra a Lisboa. Os avisos de corte da água ou luz estão a ser recebidos antes da própria conta, as marcações de consultas aparecem depois da data de ida ao médico, os vales para pagamento de pensões entram nas caixas do correio com vários dias de atraso, os cupões dos supermercados chegam quando os descontos já acabaram e há quem espere semanas por cartões bancários, documentos do carro ou vales cirúrgicos que os remetentes garantem ter enviado. Ainda que muitos destes problemas não sejam sequer reportados, as queixas registadas contra os CTT dispararam. Só nos primeiros seis meses do ano passado chegaram cerca de 10 mil reclamações à Anacom e à Deco. O Portal da Queixa registou outras seis mil durante todo o ano, numa média de 17 por dia, um número recorde que levou os CTT a ser a marca com mais queixas em 2019, ultrapassando, pela primeira vez, as telecomunicações.

Mais de metade dos utilizadores dos correios em Lisboa, Porto, Braga e Coimbra admite ter tido pelo menos um problema com os serviços e quase um quinto queixa-se de uma carta que nunca chegou ou que foi parar a uma morada errada, embora o endereço estivesse certo, concluiu um estudo da Deco Proteste realizado naquelas regiões.

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