Sociedade

Sede da EDP e Centro de Arte Contemporânea na Ribeira Grande distinguidas com XII Prémio Secil de Arquitetura

É a primeira vez que o galardão é atribuído ex aequo. Em qualquer das propostas arquitetónicas, o júri elogiou o facto de serem “espaços de vida coletiva surpreendentes, em continuidade com os tecidos em que se inserem”

O Arquipélago - Centro de Arte Contemporânea, na Ribeira Grande,

Expresso

A Sede Corporativa da EDP, em Lisboa, e o Arquipélago - Centro de Arte Contemporânea, na Ribeira Grande, foram as duas obras vencedoras do XII Prémio Secil de Arquitetura, anunciou esta segunda-feira a organização.

O galardão foi atribuído pela primeira vez ex aequo, distinguindo ambos os projetos. A Sede da EDP, da autoria de Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus, e o Arquipélago, da autoria de Francisco Vieira de Campos, Cristina Guedes (Menos é Mais Arquitectos ) e João Mendes Ribeiro. Os edifícios são, respetivamente, propriedade da EDP e da Direção Regional de Cultura dos Açores.

Atribuído pela Secil –Companhia Geral de Cal e Cimento, SA e pela Ordem dos Arquitectos, o galardão distingue, quadrienalmente, “a excelência na arquitetura nacional”, pode ler-se no comunicado que anuncia os vencedores e é “reconhecido como o prémio de referência da arquitetura portuguesa”.

O Prémio Secil de Arquitetura é atribuído desde 1992 e “visa promover o reconhecimento público de autores de obras que, incorporando o material primordial da atividade da Secil –o cimento- constituam peças significativas no enriquecimento da arquitetura portuguesa”, acrescenta o mesmo comunicado.

Numa outra nota, o Júri do concurso sublinha que as obras escolhidas “respondem a circunstâncias totalmente diferentes mas que contêm uma grande parte das possibilidades que se oferecem hoje aos arquitetos”.

Se, por um lado, a sede da EDP se situa “no centro de Lisboa, que sofre atualmente de fenómenos de especulação imobiliária e de gentrificaçâo de uma violência inédita”, o Arquipélago nasceu “o mais longe possível deste centro”, lembra o júri. Da mesma forma, a primeira é uma obra de grande dimensão, “feita de raiz”, enquanto o Centro de Arte Contemporânea, na Ribeira Grande, é uma obra de dimensão média.

Em comum, considera o júri, “a arquitetura de cada uma destas obras responde notavelmente às suas próprias circunstâncias” - a ruína de uma antiga fábrica de álcool, no caso do Arquipélago e a memória dos boqueirões e a relação transversal entre a cidade e o rio, no caso da EDP.

Ambas prestam “grande atenção ao contexto”, “salvando ou refazendo o que nele de melhor encontraram”, e “ambas fazendo com que programas intrincados e sistemas estruturais sofisticados ou processos de construção e reabilitação complexos pareçam simples”, pode ler-se.

Ao considerar que qualquer das obras distinguidas oferecem “espaços de vida coletiva surpreendentes, em continuidade com os tecidos em que se inserem, sem deixarem de os transformar positiva e profundamente”, o júri entende que ambas afirmam, “a cada passo, que toda a Arquitetura deve ser pública”.

Prémios Secil Universidades

Foram igualmente atribuídos, pelos respetivos Júris os Prémios Secil Universidades – Concursos de Engenharia Civil e Arquitetura, que premeiam jovens talentos.

Na área da Engenharia Civil, foram distinguidos (e qualquer deles do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa):

Bernardo Nuno Baptista Catalão Fernandes, com Modelos de Campos de Tensões para Betão Estrutural – Aplicações ao Projeto de Reforço de Fundações

Francisco Esteves de Oliveira Santos, por Exploring the Strength of Thin Glass – Experimental and Numerical Assessment

Ana Rita Graça Tomaz, - Análise Sísmica de Estruturas: Interação de Esforços com Base em Espectros de Resposta

O Prémio Secil Universidades – Arquitetura distinguiu:

Casa, Cozinha, Horto, em Alcácer do Sal: Pedro Frade, da Universidade Autónoma de Lisboa

Sines. Compor os Opostos:Bianca Salmoiraghi , também da Universidade Autónoma de Lisboa

A terceira água revelando a paisagem: Flora di Martino, Rita Martins e Saule Grybenaite, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto

Interstícios do dualismo urbano em Maputo: João Pedro Brito Oliveira, Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

A cerca urbana na cidade contemporânea/ Projeto de reinterpretação do sistema muralhado e das portas de Mértola: Ana Margarida Figueiredo Pais, Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Casa da Ria Centro de artes de Aveiro: Catarina José Oliveira Pereira, Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra