Sociedade

Causa mais provável da morte de criança de oito anos no Funchal é “viral”

Menina apresentava febre alta e desmaios no sábado, mas foi medicada e encaminhada para casa. Viria a falecer no domingo, no Hospital do Funchal. Governo madeirense já abriu inquérito

HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

O Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM) abriu esta segunda-feira um inquérito à morte de uma criança de oito anos, na sala de triagem do serviço de urgência pediátrica do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, na tarde deste domingo.

Em declarações aos jornalistas, o diretor do serviço de urgência pediátrica, Manuel Pedro, adianta que a tese mais provável é a de que a criança tenha sido vítima de uma "situação viral, que tenha depois atingido outros órgãos".

"A criança deu entrada no Serviço de Urgência Pediátrica no sábado, 11 de janeiro, com um quadro compatível com uma infeção viral respiratória superior. Perante o quadro que a criança apresentava, foram cumpridos os protocolos de atuação preconizados e prescrita a medicação adequada", explica o gabinete de comunicação do SESARAM, em comunicado. Foi-lhe dada alta.

Como o quadro clínico piorou, no domingo a família "recorreu ao serviço de atendimento urgente do Centro de Saúde da sua área de residência", onde foi inicialmente assistida. "Devido à sua situação inspirar cuidados mais diferenciados, foi transferida em ambulância, acompanhada por profissional de saúde para o Serviço de Urgência Hospitalar no Funchal, onde, lamentavelmente, viria a falecer", continua o texto.

Manuel Pedro diz que houve "tentativas de reanimação" e que "foi feito tudo o que era possível e protocolado". Para além disso, descartou a hipótese de meningite.

O clínico confirma ainda que "não havia muitas crianças" no serviço de urgência no sábado. "Estava a ser um final de tarde calmo", afirmou, acrescentando também que a "patologia dominante nesta época é a viral".

Será muito provável que só a autópsia possa clarificar o caso: "Simultaneamente, de acordo com o procedimento instituído aguarda-se decisão do Magistrado do Ministério Público quanto à realização ou não de autópsia, a qual será comunicada directamente à Medicina Legal", acrescenta o SESARAM.

Em relação à família das vítimas, o hospital já disponibilizou apoio psicológico.

O caso apresenta semelhanças com o ocorrido em dezembro, em Almada. Uma menina de 12 anos morreu depois de ter tido alta nas urgências da clínica privada CUF da cidade.

Notícia atualizada às 14h30