O primeiro-ministro português defendeu esta segunda-feira a importância da transição energética no combate às alterações climáticas. Na sua intervenção na Cimeira do Clima (COP25), que decorre em Madrid, António Costa deu o exemplo de Portugal no campo das renováveis, sublinhando que 54% da energia do país tem já origem em fontes verdes.
“Muitos temiam o impacto económico desta medida. Mas no ano passado reduzimos três vezes mais as emissões da UE e estamos a crescer acima da média europeia. Ou seja, a transição energética não prejudicou no nosso crescimento”, declarou o primeiro-ministro assinalando a diminuição do custo da energia em Portugal em 8%, enquanto na União Europeia aumentou 6%.
Lembrando que Lisboa será a Capital Verde Europeia 2020, Costa sustentou que o país “tem a responsabilidade de ir ainda mais longe e mais rápido” e que o objetivo do Governo é que, em 2030, 80% da energia consumida no país tenha origem em fontes renováveis.
O chefe do Governo alertou também para a necessidade de os líderes mundiais darem mais atenção à questão da subida do nível da água do mar e apelou à participação na conferência mundial sobre os oceanos no quadro das Nações Unidas (ONU), que se realizará em Lisboa. “Os oceanos são o principal regulador climático e temos que dar a atenção aos oceanos que já damos à transição energética para cumprir esta função e dever de combater as alterações climáticas”, insistiu.
“Temos dois deveres, ouvir os cientistas e o dever imperioso de agir. O tempo é curto, não só porque há uma ameaça sobre os ursos polares, mas também porque há uma ameaça sobre a humanidade. É possível agir e vale a pena agir”, concluiu António Costa.
Esta segunda-feira estão presentes em Madrid delegações de 196 países na abertura da Cimeira sobre Alterações Climáticas (COP25). O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, são os anfitriões do evento que conta com meia centena de líderes mundiais e organismos internacionais.