O Ministério Público equacionou ouvir António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, mas acabou por desistir da ideia. "Na fase final do inquérito respeitante ao designado Processo de Tancos, foi equacionada a pertinência da inquirição como testemunhas do Presidente da República e do Primeiro-Ministro", pode ler-se num comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O documento acrescenta que o diretor do DCIAP foi inteirado pelos magistrados titulares do inquérito "sobre as razões que justificariam a realização de tais diligências, aferida à luz dos elementos de prova até então recolhidos".
Os testemunhos do primeiro-ministro e do Presidente da República não foram considerados imprescindíveis para o diretor do DCIAP, "na sequência da análise a que direta e aprofundadamente procedeu".
Este concluiu, "perante os elementos constantes dos autos, que tais inquirições não revestiam relevância para as finalidades do inquérito nem tão pouco se perfilavam como imprescindíveis para o apuramento dos crimes objeto de investigação, dos seus agentes e da sua responsabilidade".
O diretor do DCIAP entendeu ser "ponderada" também a data limite para o encerramento do inquérito, que tais diligências não deveriam ter lugar, o que mereceu o anuência dos magistrados titulares.
Este comunicado da PGR surgiu na sequência de questões colocadas por vários órgãos de comunicação social sobre o assunto.
O caso tem 23 acusados, entre eles o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes. Foi também extraída uma certidão ao ex-chefe da casa Militar de Marcelo, o general João Cordeiro, por falsidade de testemunho. Mas o militar não foi no entanto constituído arguido.