Todos os doentes que cheguem às unidades de saúde portuguesas com problemas respiratórios agudos devem ser questionados sobre se fumam cigarros eletrónicos. A recomendação é feita esta quarta-feira pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) na sequência das mortes e efeitos adversos muito graves ao consumo de tabaco fumado através de dispositivos a vapor registados nos EUA.
"Os médicos que assistem doentes com quadro clínico semelhante devem obter informação detalhada sobre o uso destes dispositivos e comunicá-lo às autoridades de saúde, em caso de suspeita", apelam os especialistas. A par, "os consumidores de cigarros eletrónicos que desenvolvam sintomas respiratórios agudos devem procurar o médico e fornecerem-lhe informação sobre o produto que consomem".
Os pneumologistas sublinham que, embora "a investigação relativa a este surto se mantenha em curso, a SPP reitera a convicção de que a melhor forma de proteger a saúde respiratória é respirar ar limpo". E alertam: "A inalação de compostos químicos presentes no vapor dos cigarros eletrónicos representa um risco real."
A SPP faz ainda várias recomendações. A prática de fumar cigarros eletrónicos deve "ser especialmente evitada por grupos mais vulneráveis, como as crianças, adolescentes, adultos jovens, grávidas, idosos e doentes respiratórios crónicos". Além disso, é advertido que "é especialmente perigosa a utilização de dispositivos adquiridos fora do comércio regulado, a sua utilização modificada ou a adição de líquidos ou óleos contendo derivados da canábis ou outros aditivos".
Até 10 de setembro, as autoridades americanas detetaram um total de 450 casos e seis mortes confirmadas.