Sociedade

Este pode ser o som do primeiro sismo em Marte detetado pela Nasa

A agência espacial norte-americana divulgou o som daquilo que parece ser um “marsquake” (combinação das palavras sismo e Marte em inglês), que se registou no início deste mês

O sismógrafo da sonda Mars InSight na superficie de Marte
NASA/JPL-Caltech

Coloque os auscultadores nos ouvidos, aumente o volume e ouça o pouco mais de um minuto daquilo que é o som do primeiro sismo detectado pela agência espacial norte-americana (Nasa) em Marte. Já ouviu? Faça-o e só depois continue a ler.

Agora que já ouviu, cá vai a explicação: esta quarta-feira a Nasa divulgou o áudio do “provável sismo” que aconteceu a 6 de abril. O som é comparado com o ruído habitual do vento no planeta vermelho e o dos movimentos do braço do robô que fez a deteção. A agência designa-o como “marsquake” (combinação das palavras sismo e Marte em inglês).

“Este é o primeiro tremor gravado que parece vir do interior do planeta, contrariamente às forças à superfície, como o vento. Os cientistas ainda estão a analisar para averiguar a causa exata do sinal”, pode ler-se no comunicado publicado pela Nasa.

“Temos recolhido barulho de fundo até agora, este é o primeiro acontecimento que dá arranque a uma nova disciplina: a sismologia marciana”, acrescentou Bruce Banerdt, um dos principais investigadores ligado à missão da InSight, operada pela Nasa e que há quase 150 dias está em Marte - aterrou a 18 de dezembro de 2018.

No entanto, este “provável sismo” é um fenómeno muito pequeno para que os cientistas consigam recolher informação sólida sobre o interior de Marte, mas esse continua a ser um dos grandes objetivos da missão: perceber de que é constituído o planeta. Ao contrário da superfície terrestre, que tem ruído sísmico constantemente devido aos oceanos e clima, a superfície marciana é bastante calma. Por exemplo, uma trepidação como esta de 6 de abril em Marte passaria completamente despercebida na Terra.

“Temos esperado recolher sinais como estes há meses. É tão excitante finalmente ter a prova de que Marte ainda está sismicamente ativo. Estamos ansiosos por partilhar resultados detalhados assim que tenhamos a possibilidade de os analisar”, sublinhou Philippe Lognonné, outro dos investigadores integrado na missão.