Os dois sindicatos da PSP ficaram “agradados” com o desmentido rápido feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Em causa estão declarações do homólogo angolano feitas esta segunda-feira em Luanda, na antevisão da visita de Marcelo Rebelo de Sousa àquele país. O governante tinha dito que Santos Silva tinha feito um pedido de desculpas por causa dos incidentes no Bairro da Jamaica a 20 de janeiro.
Numa primeira reação, e face às declarações de Luanda, Paulo Rodrigues e Peixoto Rodrigues, presidentes de dois dos principais sindicatos da PSP, criticaram o alegado pedido de desculpas.
Agora, e baseando-se nas declarações do gabinete de Santos Silva ao Expresso, consideram positivo que o ministro tenha feito um desmentido de forma rápida e categórica. “Saudamos o ministro. As palavras vindas de Angola estavam a causar revolta interna no seio da PSP”, afirma Paulo Rodrigues.
Na mesma linha de pensamento, Peixoto Rodrigues acrescenta: “Ficamos agradados com estes últimos desenvolvimentos”.
Várias fontes contactadas na PSP foram unânimes em considerar “extemporâneo” o pedido de desculpas anunciado por Angola, uma vez que a investigação interna à conduta dos agentes da PSP no Bairro da Jamaica, no Seixal, se encontra ainda a decorrer.
O vídeo de 4 minutos da intervenção policial naquele bairro a 20 de janeiro deu azo a fortes críticas à atuação da PSP, dando origem a manifestações em Lisboa e no Seixal.