Filho de imigrantes iranianos nos Estados Unidos, Sean Rad, 31 anos, criou o Tinder em 2012 com o melhor amigo Justin Mateen, que conheceu durante o curso na Universidade da Califórnia do Sul — e que se demitiria da empresa em 2014 no meio de um escândalo de assédio sexual envolvendo a ex-namorada, Whitney Wolfe, também cofundadora da app (Rad seria afastado da direção-executiva, mas assumiu-a de novo 10 meses depois). Como muitos empreendedores, o jovem californiano abandonou o curso de Gestão em 2006 para começar o seu próprio negócio. Experimentou dois antes de lançar o Tinder: o serviço de e-mail Orgoo, que não teve sucesso, e a empresa de marketing para celebridades Adly, que acabou por ser vendida a um fundo de investimento.
O empresário conta que teve a ideia de desenvolver o Tinder porque queria conhecer uma rapariga num bar e não sabia como abordá-la. O segredo do sucesso da aplicação está no seu funcionamento muito simples e intuitivo, quase como um jogo: cada perfil tem algumas fotos e uma pequena biografia (opcional) e os utilizadores só têm de deslizar o dedo para a direita se quiserem conhecer a pessoa ou para a esquerda se esta não lhes agradar. Se o interesse for recíproco, então podem falar num chat. Foi assim que Rad conheceu uma das ex-namoradas, Alexa Dell, filha do milionário dos computadores Michael Dell, e contratou pelo menos seis funcionários, incluindo a socióloga da empresa, Jessica Carbino, convidada depois de fazer match com o CEO na aplicação.
A startup — que pertence ao Match Group, detentor dos sites de encontros Match.com e OKCupid — precisou de menos de ano e meio para se tornar um fenómeno cultural, em especial entre os jovens com 16 a 24 anos (39% dos seus utilizadores) e entre os 25 e os 34 anos (41%). Segundo a revista “Fast Company”, tem hoje cerca de 10 milhões de utilizadores ativos por dia em 196 países, mais de um milhão dos quais pagam a versão premium Tinder Plus (€21,99/mês, €99,96/ano), que não restringe o número de “gostos” que se pode dar, entre outras vantagens. Apesar da app ter fama de ser uma ferramenta para sexo rápido e relações casuais, uma pesquisa recente realizada pela própria empresa assegura que 80% dos utilizadores procura mais do que uma noite de sexo. “Os matches produzidos no Tinder podem mudar vidas”, garante Rad.