O Ministério Público constituiu como arguido o militar da GNR que aplicou um mata-leão a um utente das Finanças do Montijo que estava a reclamar e a filmar em direto para o Facebook a discussão. O cidadão brasileiro foi deixado inconsciente pelo militar, que estava à paisana e fora de serviço, e foi detido e indiciado pelo crime de coação sobre funcionário. O militar foi agora indiciado pelo crime de abuso de poder e já estava a ser alvo de um processo disciplinar por parte da Inspeção Geral da Administração Interna.
O caso ocorreu na última terça-feira quando Jaír Costa se dirigiu às Finanças para tratar do IRS. Terá exigido à funcionária que preenchesse a declaração o que foi recusado. Na versão do utente a funcionária terá sido "grossa". O militar, que não estava de serviço, interveio em defesa da funcionária e perante a recusa do utente em parar de filmar aplicou-lhe um mata-leão, uma técnica de imobilização usada nas artes marciais que deixa o adversário inconsciente. A agressão foi filmada pela vítima.
De acordo com as normas da GNR esta técnica só pode ser aplicada perante "resistência ativa" do suspeito. As filmagens mostram o cidadão a reclamar verbalmente e não é visível qualquer comportamento ameaçador ou de agressividade.
O militar foi alvo de um inquérito da IGAI, é agora arguido mas continua a trabalhar normalmente. Não tem qualquer registo no cadastro disciplinar.