1931-2025 Nasceu em Wiesenberg, na Morávia, e morreu em Londres, onde vivia desde 1971. Passou a infância entre Zagrebe e Graz, no seio de uma família culta, mas sem músicos. Estudou piano na Áustria até aos 16 anos, quando deixou o ensino formal para ser autodidata, opção apenas interrompida por aulas pontuais com nomes como Edwin Fischer ou Paul Baumgartner. Ter vencido, em 1949, o Concurso Busoni (Itália) alavancou-lhe uma carreira que quis pausada e marcou o início da sua longa discografia. Tinha um repertório de eleição: Schumann, Schubert, Beethoven, Mozart e Haydn, além de Liszt, Brahms, Chopin, Bach. Tocou nos principais palcos do mundo e Portugal pôde ouvi-lo várias vezes, sobretudo na Fundação Gulbenkian. Em 2008 deu o último concerto, em Viena — queria dedicar-se à escrita. Publicou ensaios sobre música, arte e interpretação, além de coleções de poemas. Aos 90 anos esteve no Festival dos Capuchos, em Almada, e deu um depoimento ao Expresso. Mostrou como ainda era um homem deste mundo: “Tive a sorte de desfrutar 50 anos de uma paz europeia raramente quebrada. Sim, estou horrorizado pelo ressurgimento do nacionalismo, do populismo e do racismo.”