1927-2025 Nascido uma década após a revolução bolchevique, Yuri Grigorovich foi um dos mais aclamados coreógrafos do século XX, ajudando a renovar o ballet soviético e contribuindo para a expansão do mesmo a nível internacional. Sobrinho do bailarino Geogy Rozai, Grigorovich começou, também, por dançar, antes de se dedicar à coreografia. Entre 1964 e 1995, foi diretor do Teatro Bolshoi, que comandou de forma implacável. As suas produções de “Ivan, o Terrível” ou “Romeu e Julieta” redefiniram o ballet soviético, e o seu trabalho foi louvado pelo protagonismo que atribuía aos papéis masculinos, para os quais exigia um nível elevado de “força e arte”, escreve a BBC. Em 1995, foi afastado do Bolshoi, o que levou à primeira greve dos bailarinos em 200 anos. Após a morte da mulher, a bailarina Natalia Bessmertnova, em 2008, voltaria à casa-mãe e recebeu, ao longo da carreira, numerosos prémios entregues pelo regime. Em 2001, apresentou “O Lago dos Cisnes” no Porto. Morreu aos 98 anos, no mesmo dia que o bailarino Yuri Vladimirov. Em janeiro, Vladimir Putin, dera-lhe os parabéns, chamando-lhe “o orgulho do ballet russo”, que “encarna toda uma era na história” do país. Lia Pereira