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Obituário

Odile de Vasselot

Por Pedro Cordeiro e Rui Gustavo

1922-2025 A resistente francesa Odile de Vasselot defendia incessantemente que “nunca se deve baixar os braços”. Nascida em berço aristocrata, filha e neta de militares, mentiu à mãe para se juntar a um movimento predominantemente de classe popular, inspirada pelo apelo de 18 de junho de 1940 do general Charles De Gaulle. Começou por ser agente de ligação do serviço Zéro France, encarregada de transportar correio, tendo depois integrado a rede Comète, que promovia a evasão por via ferroviária de pilotos aliados caídos em zonas controladas pelo Terceiro Reich. Após a Libertação, fez-se professora de História e, depois de lecionar anos no seu país, veio a fundar o liceu Sainte-Marie em Abidjan, na Costa do Marfim. Fê-lo como membro da comunidade apostólica de São Francisco Xavier, a que aderira em 1947 na qualidade de laica consagrada. Regressaria a França em 1988, desdobrando-se em conferências a contar aos mais jovens a sua vida fascinante e colaborando como voluntária no Banco Alimentar. Participou em diversas comemorações da vitória dos Aliados, incluindo já centenária, e há seis meses recebeu a Ordem do Mérito das mãos do Presidente Emmanuel Macron. Dia 21 de abril, de idade avançada. Pedro Cordeiro