A expressão “banalidade do mal”, da autoria da filósofa Hannah Arendt, tem como inspiração o julgamento de Adolf Eichmann, um dos principais responsáveis pelo plano de aniquilação do povo judaico designado por Solução Final, que Arendt acompanhou e sobre o qual escreveu para a revista “The New Yorker”. Aos seus olhos, Eichmann era um funcionário que obedecia a ordens, banal como tantos que não se distinguem na multidão. Arendt desconhecia o que anos mais tarde Benjamin Murmelstein, decano do campo de concentração de Theresienstadt, contaria num documentário extraordinário de Claude Lanzmann intitulado “O Último dos Injustos”. Eichmann não era assim tão banal.
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Shalom Nagar, o carrasco de Adolf Eichmann
1936-2024. Guarda nos serviços prisionais israelitas, acompanhou Adolf Eichmann durante o julgamento e a prisão, foi seu provador e executou-o por enforcamento