1933-2024 Empregada de comércio e costureira, trabalhava num restaurante em Lisboa quando rebentou o 25 de Abril de 1974, o que levou ao encerramento da generalidade dos estabelecimentos comerciais. Como era o primeiro aniversário do restaurante Sir, na Rua Braamcamp, o dono tinha comprado cravos vermelhos e brancos que distribuiu pelos empregados para não murcharem. Munida de um molho, Celeste voltou a casa, no Chiado, e pelo caminho foi passando pelos soldados e pela revolução. Um dos militares pediu-lhe “um cigarrinho” e como nunca tinha fumado na vida, deu-lhe um dos cravos que pôs no cano da G3. Repetiu o gesto até chegar ao Largo do Carmo e foi imitada pelas floristas que ofereciam as flores aos soldados, dando origem, talvez sem querer, à revolução dos cravos. Tornou-se militante comunista e repetiu esta história em entrevistas e em visitas a escolas em que fazia questão de oferecer cravos às crianças. Era presença assídua no desfile que todos os anos celebra a Liberdade na Avenida. A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou um projeto para a construção de um monumento que a homenageará um pouco tarde demais. Dia 15, de paragem cardiorrespiratória.