Foi há dois meses que nos sentámos pela primeira vez na sala de reuniões do Expresso, a que chamamos “sala grande”, no Edifício Impresa, em Paço de Arcos. A sala que tem a mesa à volta da qual foram decididas as primeiras páginas do jornal há mais de 50 anos. A sala que tem a fotografia do fundador do Expresso, Francisco Pinto Balsemão, ao lado de Augusto Carvalho e Marcelo Rebelo de Sousa, os três a olharem para as provas da primeira edição do jornal, que chegaria às bancas em 1973.
Quando nos reunimos ali, tínhamos um propósito. Sentíamos a necessidade de apresentar algo novo, relevante, útil e interessante aos nossos leitores. Justificação? A iminência de o jornal ter de mudar de formato (ainda que de forma muito subtil, apenas com uma diminuição de poucos centímetros na altura do Primeiro Caderno e do caderno de Economia).
Como sempre, generosos, aos jornalistas que se sentavam à volta da mesa não faltaram ideias, sugestões e propostas. Ótimas, boas, assim-assim, faz parte, mas da discussão é que nascem os melhores projetos. A dificuldade, como tantas vezes nos acontece, era a concretização e a escolha final do que iríamos apresentar. Como fazer um cozinhado apetitoso de tão variados ingredientes à escolha?
“O Expresso muda de formato… mas ainda vai ter mais para ler.” Este era o mote escolhido.
E assim nascia o Ideias, que a partir desta edição tem nas mãos. Ter um suplemento que olhe para a atualidade do país e do mundo de uma forma densa, reflexiva, diferente, e que de alguma forma se conseguisse distinguir do que fazemos no Primeiro Caderno e na Economia, mais noticiosos, e na Revista, com um planeamento de um prazo mais longo e prospetivo.
O Expresso muda de formato… mas ainda vai ter mais e melhor para ler
Escolhemos, decidimos, adaptámos, conversámos, discutimos, divergimos, discutimos outra vez, mas chegámos finalmente ao Ideias que tem nas mãos a partir deste dia 6 de setembro (já agora, se não sabe, fica a saber que o dia 6 tem para nós uma simbologia especial: o Expresso nasceu no dia 6. Tal como a SIC).
Crónicas literárias por nomes reconhecidos, como Isabela Figueiredo e Rodrigo Guedes de Carvalho (que começa na próxima semana); uma entrevista que olhe para a atualidade, tenha relevância e se foque num tema específico; um ensaio de fôlego, focado num tema relevante da nossa atualidade; a escolha de uma figura da semana, alguém que tenha marcado as notícias nos últimos dias e cuja história mereça ser contada.
A isso acrescentamos reflexões gastronómicas; uma seleção do que de melhor fazemos em podcast; uma sugestão personalizada de livros, séries e espetáculos a não perder; um olhar sobre o que se passa na revolução da inteligência artificial, que agita o planeta de alto a baixo.
No Ideias encontra novos formatos e nomes, mas também figuras que já estavam e faziam parte do universo Expresso e que considerámos que fazia sentido que passassem a ‘habitar’ neste local. Assim, ‘contratámos’ Luís Pedro Nunes e José Gameiro à Revista do Expresso, e Eugénia Galvão Teles, Luísa Schmidt, Maria Manuel Mota e Henrique Raposo, além do ‘Inimigo Público’ e ‘Obituário’, ao Primeiro Caderno.
O Expresso mudou. Acreditamos que para melhor. Estas são as nossas ideias.