Não é só isso, embora valha por si: vamos ter menos seis mil alunos a frequentar o Ensino Superior, deixando-nos em contraciclo e mais longe de cumprir o objetivo de superar uma relevante média europeia. É preciso acrescentar a isso os dados qualitativos: quem sai mais prejudicado são as instituições do interior do país; quem fica sobretudo de fora são os jovens de famílias com mais dificuldades económicas. Tudo isto acontece quando temos uma crise de alojamento para os estudantes, mas isso explica pouco (a crise já lá estava nos últimos anos). Tudo indica, portanto, que foi o aperto na exigência colocada à entrada que teve este efeito — os dois exames nacionais decididos ainda no último Governo socialista, onde agora se reabrem feridas. Mas o atual Executivo tinha uma opção e voltará a tê-la no próximo ano. Fernando Alexandre desvalorizou, remetendo os alunos para o ensino profissional. É tempo, ainda, de nos questionarmos: queremos mesmo acentuar as divergências? Desistimos de vez do elevador social?
Exclusivo
O elevador social parou
A queda de alunos no Superior resulta de um erro. Acontece. Mas quando é que deixámos de os querer corrigir?