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Editorial

Saúde engripada

O caso da grávida barrada no Hospital das Caldas espoletou um conjunto de críticas e reações

As crises de verão provocadas pela falta de meios humanos e pela falta de organização do sistema já se tornaram infelizmente uma rotina em Portugal. Aliás, já ministros da Saúde caíram por não aguentarem a pressão. O ano de 2024 não traz, assim, nada de particularmente novo. O que traz de novo é a existência de um Governo que tomou posse há pouco mais de três meses, com um novo primeiro-ministro e uma nova ministra da Saúde. Com eles veio a promessa de apresentação em 60 dias de um plano de emergência para o Serviço Nacional de Saúde, que ia precisamente evitar que o verão deste ano fosse um filme repetido dos anos anteriores. Neste ponto, a falha parece evidente — basta ver que, das 54 medidas anunciadas, só uma já está cumprida. Uma! Tal como parece evidente que o afã em substituir o diretor executivo do SNS acabou por sair bem caro. A pressão política sobre Ana Paula Martins aumenta, tornando-a um alvo preferencial das críticas da oposição.