No início da próxima semana encerra-se o ciclo de debates de pré-campanha entre os vários candidatos às eleições legislativas — teremos o debate entre os partidos que não estão no Parlamento, o debate com todos os partidos com assento parlamentar e o frente a frente televisivo entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, os líderes dos dois maiores partidos e coligações e aqueles de que, em princípio, sairá o próximo primeiro-ministro de Portugal. O modelo atual de debates, que já leva algumas eleições de rodagem, tem várias falhas: os confrontos são fulanizados, são curtos, com pouco tempo para aprofundar temas, e deixam de fora assuntos tão relevantes como, por exemplo, a guerra na Europa (que quase passou despercebida nestas duas semanas de confrontos). Ainda assim, basta olhar para os resultados das audiências televisivas (o recorde até agora vai para os 1,4 milhões que assistiram ao confronto Pedro Nuno Santos vs. André Ventura) para se chegar a uma conclusão evidente: os portugueses querem saber de política, estão interessados no seu futuro coletivo e gostam de saber o que propõem e ao que vêm os líderes das diferentes forças. Basta imaginar como estaríamos se estes debates não existissem (e até há relativamente pouco tempo a situação era exatamente essa). Estaríamos seguramente com uma democracia mais pobre, menos esclarecida e informada.
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A mais-valia da maratona de debates
A atenção que os debates da campanha tem tido mostra que o confronto de ideias e propostas é sempre positivo