Exclusivo

Editorial

A linha vermelha

As forças de segurança não podem em caso algum ameaçar um boicote às eleições

Um pouco por todo o lado, os protestos e reivindicações corporativas e profissionais têm vindo a multiplicar-se. As dificuldades socioeconómicas, a degradação da situação de vida e a perspetiva de eleições (com as forças políticas a fazerem uma corrida desenfreada às promessas eleitorais) são terreno propício para que os descontentamentos se façam ouvir com mais força. É este o caso dos polícias e guardas. Mas há aqui um enorme ‘mas’ que deve ser fortemente sublinhado, como disse o ex-diretor deste jornal Henrique Monteiro na sua crónica na edição digital do Expresso esta semana. As polícias (PSP e GNR) colocarem como simples hipótese um boicote às eleições é, verdadeiramente, uma ameaça à democracia e totalmente inadmissível, afirmou. Esta é uma daquelas linhas vermelhas que não podemos em caso algum permitir que seja ultrapassada, a bem da nossa democracia. Para mais quando, como sublinha outra colunista do jornal, Teresa Violante, estamos à beira de celebrar os 50 anos do 25 de Abril “num momento de crise do regime democrático”.