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Cartas

António Barreto

O sociólogo António Barreto escreveu no “Público”: “Em quase todos os países europeus ou ocidentais tem-se verificado um aumento permanente no número de imigrantes, assim como o do contributo destes para o desenvolvimento económico e o progresso das sociedades. Mas também para o surgimento de problemas de integração, de convívio e de coexistência entre comunidades.” E acrescenta: “Deixar correr, não tentar controlar, não definir horizontes, não estipular condições e não fazer um colossal esforço de integração são erros crassos cujos preços a Europa começa a pagar.” Caro António Barreto, qualquer responsável político ou jornalístico deveria visitar os países nórdicos e tentar perceber o porquê destes terem hoje uma das políticas mais restritivas à imigração. Estará a falhar o multiculturalismo? O excecionalismo fazia parte destes povos tolerantes, reservados e com um sistema social único. A Dinamarca, em 1983, foi o primeiro país signatário da Convenção 951, que proíbe a repatriação de refugiados de guerra ou de perseguidos. Após décadas de tentativas de integração de largas comunidades muçulmanas, as fissuras sociais são cada vez maiores, constituindo-se o que eles designaram de autênticas sociedades paralelas. Acima de toda esta “berraria” da esquerda à direita, aprender com estes povos nórdicos e prevenir o nosso futuro deveria ser o lema dos nossos dirigentes.