A passagem do 49º aniversário do 25 de Novembro de 1975 está a provocar intensas discussões, quer entre políticos quer entre militares no ativo nessa altura. De forma simplificada, podemos identificar dois grupos em polos opostos. Os que negam a importância decisiva do que aconteceu nessa data para a evolução posterior da democracia portuguesa, lamentando mesmo as suas consequências. Em contrapartida, no polo oposto, os que reconhecem a importância fundamental dos acontecimentos de 25 de Novembro na construção da democracia liberal e ocidental que se lhe seguiu. Entre estes existem opiniões divergentes quanto às formalidades a seguir nas comemorações. A derrota dos sectores mais à esquerda do MFA interrompeu o projeto político da esquerda radical de afastamento das democracias ocidentais, aproximando Portugal dos regimes da Europa de Leste na órbita da URSS. O futuro acabou por dar razão aos vencedores do 25 de Novembro. Além da minha experiência pessoal e de muitos outros fatores para formar a minha opinião, contei também com a leitura da entrevista que Álvaro Cunhal concedeu um mês antes a Oriana Fallaci, a jornalista mais credenciada nessa altura em todo o mundo. Recomendo a leitura. Está lá tudo.