A saída de Rúben Amorim do Sporting é daquelas coisas que está escrita nas estrelas. Tivesse sido no verão passado, quando ele bem tentou assumir no Liverpool o lugar que Jürgen Klopp tinha deixado vago, seja agora, para o Manchester United, seja num futuro mais ou menos próximo e para um clube de topo do futebol europeu. Falar deste assunto é como ter preparada a “crónica de uma morte anunciada”, sendo que, felizmente para ele, neste caso, a frase correta será a “crónica de um futuro anunciado”. Quem gosta de futebol e segue, minimamente, os meandros do jogo que a tantos apaixona e, noutro patamar, do negócio que a tantos faz enriquecer, muitos de forma ridiculamente absurda face às duras realidades da vida de tantos milhões de seres humanos nas mais diversas latitudes/longitudes do planeta Terra, não poderá “morrer” de espanto, ou de surpresa, perante este tema dos dias que correm. Rúben Amorim é um treinador profissional de futebol. Acresce que, pelo trabalho feito, sobretudo no Sporting, pelos títulos conquistados em Alvalade e também pelo facto de ser, ainda, um jovem, está, obviamente, exposto aos radares dos tubarões que, por esta ou aquela razão, precisam de treinador. Acresce o facto de o próprio, de forma legítima e natural num profissional competente e com ambição, pretender ver substancialmente melhoradas as suas (e da sua família) condições materiais. Verdade que há uma certa empatia entre Rúben Amorim e a sua equipa técnica com a direção, com os jogadores e com os sócios e adeptos. Verdade que ninguém é insubstituível e que o Sporting soube, nos últimos anos, construir e garantir um projeto de estabilidade e continuidade onde se tornou muito mais fácil substituir as peças sem pôr em risco o funcionamento da “máquina”. Por tudo isto me parece lógico e óbvio que o Sporting e os sportinguistas se mostrem gratos a Rúben Amorim e ao legado de títulos que deixa no clube. A árvore que fica, o Sporting, parece-me bem enraizada e firme no caminho do sucesso. Assim espero e desejo.